Coordenadora pedagógica e professora de Língua Portuguesa e Literatura na Escola Estadual de Ensino Médio Afonso Maurer- Toropi- RS Apaixonada por livros e por crianças.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Jantar da Escola
Nesta quarta-feira, dia 26 de setembro, a Escola Afonso Maurer realizou um Jantar Farroupilha, com apresentações alusivas à data. Apóos o jantar teve início o baile, que estava muito animado. Agradecemos a todos que colaboraram para que este evento se realizasse. O lucro foi direcionado para a escola e para os terceiros anos, que no final do ano visitarão a capital de Santa Catarina.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
quarta-feira, 16 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
Crônicas
Trabalho com crônicas com meus alunos, tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio. Para tanto, pesquisamos e lemos crônicas diversas no laboratório de informática. Após se familiarizarem com o tema, eles escrevem suas próprias crônicas. Também escrevo crônicas como hobby, entre as quais estou publicando uma neste blog. É uma homenagem à mulher que mora na roça, pois grande maioria de nossos alunos são da área rural do Município.
(Elaine de Oliveira Moreira.
Professora de Língua Portuguesa-
EEE Médio Afonso Maurer- Toropi-RS)
MULHER RURAL (Crônica)
Cinco horas da manhã. Ela se levanta. Lava rapidamente o rosto. Ainda sente sono, mas os compromissos a chamam. O marido dorme ainda. Está tão cansado do dia anterior! Acende o fogo no fogão a lenha. Ainda tem brasas, resquícios da janta de ontem. Coloca água nova na chaleira, que precisa estar quente para o mate quando o marido se levantar... Coloca as botas de borracha e dirige-se para a estrebaria. É noite ainda. O galo canta. Há estrelas no céu... Um arzinho seco vem do horizonte: prenúncio de nova estiagem! Abre a estrebaria... As vacas entram. Uma a uma, faz a ordenha. Precisa ser rápida, pois o dia promete! Muito há por fazer! Quando está ordenhando a última, o marido chega. Que bom! Vai ajudá-la. Enquanto ele solta as vacas no pasto, ela vai colocando o leite no resfriador. Coloca milho para as galinhas. Na passada, atira umas espigas para os porcos. Os da engorda necessitam maior cuidado: além do milho, coloca ração no cocho. Então, dirige-se para a cozinha. O dia está quase claro. A chaleira está quente. Prepara o chimarrão. O marido entra e senta para tomar mate. Ela alcança a cuia servida. Enquanto o marido sorve o saboroso líquido gaúcho, ela passa o café. Assusta-se! Está na hora de chamar as crianças para a escola. Veste e penteia os dois. Roupa limpinha, cheirosa... Estão tão lindos! Eles tomam café e saem. O transporte escolar já se aproxima. Lá vão eles... Tchau, mãe... Tchau, pai... Ela observa de longe, até que o ônibus desaparece na poeira da estrada. Volta para dentro. O marido já largara a cuia. Arruma o café para ele. Coloca o feijão de molho na panela: precisa pensar no almoço! O marido já tomou seu café. Gostaria de tomar também, mas não vai dar tempo. A lavoura espera! Pega um pedaço de pão e sai comendo. A enxada no ombro. O marido atrás. O chapéu de abas largas ajuda a protegê-la do calor do sol que já aponta na colina. Hoje, eles precisam tirar o eito já demarcado, tarefa prevista no dia anterior! Lado a lado, mulher e marido carpem. O sol se levanta no céu: calor quase insuportável. Está longe ainda o fim do eito. A barriga já começa doer de fome. Toma água. A fome passa. Precisa terminar o eito. Gostaria de já ir para casa preparar o almoço, mas tem pena do marido. Coitado! Vai cansar muito! Afinal, terminam a tarefa. Retornam ao lar. O marido senta para tomar novamente seu mate. Está tão cansado! Ela coloca o feijão ferver na panela de pressão. Vai preparando o almoço, entremeado com um que outro mate, sorvido em pé ao meio das lidas. Lenha no fogão! Logo as crianças vão chegar com fome! Finalmente, o almoço está pronto. Cheiroso! Tem carne de porco e salada fresquinha, pois a horta já está produzindo! As crianças entram. Suadas e desarrumadas. Almoçam. As crianças trocam a roupa e vão brincar. O marido vai tirar uma soneca, pois está tão cansado! Ela lava a louça, rapidamente. Gostaria de descansar um pouco também, mas precisa varrer a casa e lavar as roupas. Ah, precisa também amassar o pão para que esteja crescido à tardinha. Agora, o marido já levantou e está pronto para voltar à lavoura. Espera que ela primeiro coloque a roupa no varal. Tudo pronto, ambos retornam ao serviço. Mais um eito. Mais sol quente e mais suadouro. Outro eito pronto. Que bom! Este ano vai sobrar um dinheirinho. As crianças precisam de roupas novas. Os calçados já estão começando ficar apertados. No ano passado, mal deu para pagar o PRONAF. O leite também vale pouco. Já em casa e de banho tomado, o marido faz fogo no fogão. Afinal, precisa ajudar! Esquenta a chaleira e prepara outra vez o chimarrão. A mãe coloca outra vez comida para os porcos. Preenche com água os cochos. Recolhe a roupa. Entra em casa. Coloca o pão na forma. Traz lenha para dentro. Prepara o banho das crianças. O pai olha o Jornal Nacional. Pergunta pela janta, pois está cansado e precisa dormir. A mãe esquenta a comida. Jantam. As crianças fazem os temas. O pai vai dormir. A mãe lava a louça. Coloca o pão para assar no forno do fogão a lenha. Enquanto assa, arruma as roupas. Passa as de maior urgência, pois não vai dar para deixar todas prontas. Pensa no almoço do dia seguinte. Separa alguns alimentos. A estas horas, as crianças e o marido já dormem há tempo. Toma banho. Deita devagar, para não acordar o marido. Ele dorme profundamente. Coitado! Está tão cansado...
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